domingo, 20 de maio de 2007

Sobre a Mira, ou tratado sobre o nariz roubado.

Um dia, apareceu uma menina por aí (por aí mesmo porque ela não tem lugar fixo). E de tantos por aí ela fez pousada na minha vida. Essa menina, a menina do olhar que coleciona aviões, não sabe como se mostrar menos ela e assim vai indo, por aí (como sempre) destruindo todas as possibilidades de se tentar ser uma pessoa qualquer.
Essa menina se chama Mira. Ela se chama benhê, ela se chama espelho e também reflexo, ela se chama vida, susto e suspiro. Ela se chama Mira e Mira é a única forma de chamar essa menina, que de olhar tão astuta, achou uma girafa na janela e desmoronou o sentido de manhã.

Às vezes me pego a pensar, o que seria minha vida sem essa menina (a das bolinhas feitas em casa)? Acho que seria normal. Seria normal sim... Mas ser normal, depois de passar um instante em solidão com Mira, passou a ser insuportável. A vida não é normal, porque a menina não é normal e ela faz o normal da vida das pessoas mancar diante da sua imensidão de coisas esquisitas, coisas que povoam seu mundo laranja-rosa-verde-azul-amarelo-vermelho-roxo.

O mundo dela não é colorido, ele é laranja-rosa-verde-azul-
amarelo-vermelho-roxo, porque Mira não é colorida, Mira é todas as cores do mundo numa menina só.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

queria ser um bom-bril

Quando eu era criança decidi ser jornalista.
Segui com essa idéia fixa e agora, que estou cursando a tal faculdade de jornalismo...decidi que quero ser outras coisas.
Não questiono se o sistema de decidir a carreira com 17 , 18 anos é errado e injusto. quanto a isso estou tranquila. Foi mais fácil decidir isso com 16, 17 anos que seria agora e provavelmente mais fácil que quando eu tiver uns 30.
O problema é que as escolhas não acabam quando se entra na faculdade! na verdade aí é que pioram. Daqui a 1 semestre e meio tenho que optar por jornalismo, ou publicidade, ou radialismo ou produção editorial. Depois tenho que escolher se vou ser jornalista de Tv ou revista, ou jornal.... se vou ser produtora de cinema ou diretora do zorra total... se farei direção de arte ou capa de livro..... enfim... escolhas!
No final você passa a ser um sujeito que sabe fazer apenas uma coisa super-específica e muitas vezes mal escolhida!
Mas eu já estou quase me resolvendo!

Quando eu crescer eu vou ser jornalista.
e radialista! e dona de um centro cultural! e atriz de teatro! e dona de uma confecção de roupas! e veterinária de recuperação de animais silvestres! e antropóloga! e nobel da paz! e diretora de video clip! e produtora de cinema! e promoter de festa! e surfista profissional! e fotógrafa! e escritora! e cinéfila! e colecionadora de arte! e dona de orfanato!
Talvez eu ainda seja cantora lírica. mas ainda estou pensando! Sei reconhecer minhas limitações!!!!!

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para não ter problemas pra responder questionários, alguém consegue resumir essa minha profissão em apenas poucas palavras?!?!?!?!

Aceito sugestões!

sábado, 5 de maio de 2007

Eu sou uma lésbica

Bem, arrumei confusão no ônibus ontem. Justamente nos meus dias de TPM, a faculdade resolve asfaltar a rua na frente da Letras e faz um desvio onde o 696 não passa. Pois é, passar ele passa, mas o merda do motorista não entrou lá, ou seja, tive que andar uns 15 metros no meio do mato do fundão.
Acho que vocês entendem minha revolta se conhecem o fundão e se me conhecem de TPM. Tá. Estava eu, sentadinha na minha, ouvindo meu mp3 e lendo "EU SOU UMA LÉSBICA", da Cassandra Rios. As pessoas 'du méiê' já estavam meio horrorizadas com essa minha atitude, eu lá, com essa minha pose de lésbica semi-assumida rindo a cada parágrafo que eu lia. Aí, de repente escuto um reboliço, uma agitação meio 'coé, piloto, isso é sacanagem!'. Quando entendi o que estava acontecendo ali, desliguei meu mp3, segurei o livro na mão esquerda e com a direita gesticulei freneticamente dizendo:

- "PUTA QUEO PARIU! Cê tá de sacanagem com a minha cara, né?"

*momento pessoas horrorizadas*

- "Não, sério, cê deve tá brincando..."

E o motorista diz:

- "Não posso fazer nada, minha filha, os ônibus não tão passando por aí... Não tá vendo?"

E eu, cada vez mais exaltada:

- "E você? Não viu a PORRA DA PLACA ALI ATRÁS, CARALHO!??"

Desci do ônibus revoltadíssima, antes que as coisas piorassem por ali, e juro, juro que escutei: 'Pooorra, essa daí é uma lésbica de verdade.'

Agora vai ser assim, sou pseudo-lésbica até segunda ordem... Ou pelo menos até acabar a minha TPM.